Starbucks Coffee

Deixei Ekaterina na nossa nova casa e dirigi até o shopping. Apenas há poucos dias atrás havíamos chegado de Nova York. Todo esse tempo estive ocupado ajudando minha irmã mais velha a arrumar as coisas, portanto não tive chance de avisar Court que estava em LA. Lembrei-me do dia em que nos conhecemos, há pouco mais de um ano atrás, quando fiz um intercambio em Florença. Sorri ao lembrar do jeito tagarela e sorridente da minha melhor amiga.

Estacionei o carro e entrei no shopping. Em Los Angeles estava sempre ensolarado, então a maioria das pessoas iam ao shopping ou a praia. Nesse dia em especial, o shopping foi o mais escolhido. O lugar estava cheio. Era criança correndo para lá e pra cá, casais de mãos dadas, grupos de adolescentes rindo alto.

Entrei na Starbucks, suspirando ao ver a fila quilométrica. Coloquei meus fones e aumentei o volume no máximo.  Coloquei uma música do Aerosmith, cantarolando baixinho enquanto a fila andava de vagar. Meia-hora depois finalmente fui atendido. Pedi um Frappuccino de Chocolate, paguei e então fiquei com o dilema de onde me sentar. Esquadrinhei o lugar, até que para minha surpresa encontrei uma pessoa muito familiar. Com passos largos e apressados, caminhei até ela, que mexia distraída no celular.

- Esperando uma mensagem de alguém? – Perguntei, fazendo-a se assustar. Ela olhou incrédula para mim por alguns instantes antes de se jogar em cima de mim em um abraço sufocante – Também senti sua falta – Retribui o abraço. – E aí, como você está? – Perguntei, sentando-me no lugar desocupado a sua frente.

Vestindo ISSO

Sorri ao perceber que Courtney não mudara nem um pouco desde a última vez que nos vimos, lá na Itália. Sempre sorridente, cantando por todos os cantos da escola em seu sonho de ser uma estrela da Broadway. Como nova-iorquino que já tinha assistido muitas peças da Broadway e filho de pessoas que trabalham no meu artístico, Court com certeza iria atingir seu objetivo. Lembro-me até que tive certa queda por ela, antes de nos tornamos os melhores amigos que somos hoje.

- Estamos bem, nos mudamos há poucos dias para Los Angeles. E adivinha por quê? A Kate vai ser professora da Spotlights! Então quando ela se mudou eu vim junto, não podia passar essa grande oportunidade. – Sorri para ela, bebendo um gole do meu frappuccino – E aposto que você também está aqui para estudar na Spotlights, estou certo? – Falei astutamente, lançando lhe um olhar de ‘Eu sei das coisas’. – E que macumba você fez pra sua mãe deixar? – Ri, porque a Sra. Salvatore dificilmente deixaria sua princesinha sozinha em um lugar tão longe de casa.

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Ri da cara da Court espantada com meus poderes mediúnicos. – Na realidade, eu não sou vidente, adivinho ou o que quer que seja, apenas eu conheço você muito bem mocinha. – Falei, apertando seu nariz – Conheço suas qualidades, defeitos, o que você gosta e não gosta. Seus sonhos, seus medo... Assim como você me conhece. E eu sei que minha superstar mais quer é se tornar uma grande atriz da Broadway, e para isso a Spotlights é o próximo passo desse caminho. – Sorri largamente para ela, sem esconder meu convencimento.

Ouvi-a dizer que dera um jeitinho para convencer sua mãe. Balancei a cabeça, ainda sorrindo. Courtney sabia conquistar as pessoas e com seu jeitinho sempre conseguia atingir seus objetivos. Sua persistência era uma das coisas que eu mais admirava na minha amiga.

- Ah não, meu coração continua solitário. – Respondi fingindo tristeza e ignorando sua expressão maliciosa. – A não ser se você decidir me dar uma chance, é claro. – Completei com uma piscadinha e um sorriso charmoso no rosto. Era tudo brincadeira, eu sempre flertava inocentemente com Court. – Vamos Courtney, por favor? – Fiz os olhinhos do gato de botas.

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Não pude evitar rir da cara espantada dela, surpresa que eu a conhecesse tanto em pouco tempo de amizade. Ri ainda mais quando ela me comparou ao Professor Xavier dos X-men. Por sorte eu não havia tomado mais um gole do meu Frappucinno, se não naquele momento haveria café saindo pelo meu nariz.

- Ai ai Court, só você pra me fazer rir assim. – Falei ofegante depois do ataque de risos – Graças a Deus não sou telepata, imagina como seria saber todos os  pensamentos pervertidos que você tem comigo? – Fingi espanto, levando um tapa de brincadeira no braço.

Fingi indignação quando ela me chamou de conquistador barato, mas logo sorri quando ela me deu um selinho. – Huum, não completamente não é. – Respondi rindo, enquanto pagávamos nossa conta. “Nik, Nik, melhor tomar cuidado ou vai acabar se apaixonando pela sua melhor amiga”, pensei suspirando.

- Tudo bem, eu topo. Está passando Em Chamas e eu sei que você adora essa saga. – Respondi ao convite de Courtney. Joguei o copo vazio no lixo mais próximo. Antes de sairmos do lugar, me virei para ela e roubei um beijo dela. Um beijo muito bom, devo dizer – Agora vamos, bela ragazza. – Falei, dando um sorrisinho maroto para minha melhor amiga.



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